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24 junho, 2013

Também quero ir às ruas

      Estarei completanto, dentro de poucos meses, 40 anos de idade. Desde os 16 que vou às ruas, na luta por melhores dias. Durante este tempo, participei de passeatas estudantis, de greves de trabalhadores, fui dirigente sindical, militei em partidos políticos, participei de associações de moradores, integrei o MEP (movimento evangélico progressista) nas discursões pela rede, entre outros movimentos. Fiz isso porque acreditei que poderíamos construir uma nação mais justa, mais fraterna. Hoje não estou nas ruas, no meio da massa. Não estou porque julgo que os manifestantes, no geral, estão perdidos quanto ao que pretendem. A reclamação é generalizada.



       Observando estas multiões, sinto que carecem de uma pauta de reivindicações. Noto que por falta desta, o ambiente tem se tornado propício às forças conservadoras que começem a emergir e a dá direcionamento ao movimento, num sentido que nos levará a retrocessos políticos.


      Por outro lado, percebo a existência de uma insatisfação generalizada com o sistema político. Sedes dos poderes legislativos e executivos nas três esferas de governo, são alvos de ataques da multidão enfurecida. Isto é sintomático. Claro que não é sem razão. Nosso sistema está carcomido. Uma reforma política profunda já estaria hoje bastante atrasada e não há se quer, sinais de que esteja a caminho.



      Mas eu quero ir pra rua. Creio que é oportuno, justo e necessário, lenvantar a bandeira de uma reforma política já. Uma reforma que desmantele este sistema podre e que promove a corrupção. É hora de pressionar o congresso para que aja urgentemente, no sentido de realizar as reformas necessárias. Do meu ponto de vista, tal reforma deve passar, no mínimo, pelos seguintes pontos:


- Definição de uma nova modelagem ao sistema de financiamento das campanhas;

- Fim da reelição (executivo e legislativo);


- Fim das coligações proporcionais;

- Exigência de qualificação específica aos candidatos a cargos eletivos.


      Não pretendo aqui declarar que domino toda a verdade dos fatos. Não quero dizer que tenho a solução para a crise já instalada. No entanto, quero chamar os amigos ao debate. Como construtor social, imagino poder dar minha contribuição e pôr um pouco de argamassa no soerguimento do edifício social.







Timon, 24 de junho de 2013.



Weliton Oliveira

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